“O Brasil virou um pasto ideológico”, diz estrategista Cristovão Pinheiro
Em uma frase que viralizou nas redes sociais, o estrategista político Cristovão Pinheiro resumiu sua visão sobre o cenário nacional com ironia cortante: “O Brasil tá bem servido: de um lado, uma esquerda ruminante, que mastiga ideias vencidas achando que tá inovando; do outro, uma direita que só quer sua vez no pasto. E o povo? Ora, o povo é quem mantém o pasto verde, aduba o solo e ainda aplaude o mugido.”
A metáfora gerou reações intensas e críticas de todos os espectros ideológicos. Conhecido por seu trabalho em campanhas eleitorais no Nordeste e por um estilo analítico e direto, Cristovão explica que sua crítica não se dirige a um lado específico, mas ao padrão repetido da política brasileira:
“A esquerda se aferra a discursos antigos como se fossem novidade. A direita, quando assume o poder, apenas reproduz as práticas que dizia combater. No fim, nada muda de fato — só muda quem tá comendo o capim mais fresco.”
Para ele, o centro do problema está na relação entre povo e política:
“O eleitor não é mais ignorante, mas ainda é acomodado. Trabalha, sustenta o sistema e aceita a lógica imposta sem exigir transformação. Falta consciência de protagonismo.”
Cristovão defende uma política mais conectada à realidade e menos prisioneira da disputa ideológica:
“Enquanto a política for conduzida como guerra de rebanhos, o país continuará andando em círculos. Precisamos de um novo pacto, que valorize resultado e represente de verdade quem tá fora dos gabinetes.”
Mesmo com a dureza das palavras, o tom é de alerta, não de desilusão: “Eu acredito no poder da provocação como instrumento de mudança. Às vezes, é preciso falar com estrondo pra acordar quem adormeceu aplaudindo.”